segunda-feira, 14 de maio de 2012

MÃE


Mamãe,
Obrigada pelas fraldas trocadas
Pelas palavras ensinadas
Por todas as noites viradas
E até as broncas dadas.

Mãezinha,
Obrigada por me ensinar
A perdoar
A escutar
A esperar
E o mais importante,
Através do seu exemplo,
A acima de tudo amar.

Mami,
Obrigada pelos limites
Pelas brigas
Por ser minha grande amiga.
Pelas conversas
Pela companhia
Pela preocupação
E pela compreensão.
Pelo maior amor do mundo
Por não me deixar só,
Nem por um segundo.
Pela vida que você me deu
E continua a me dar
Por estar do meu lado
E segurar a minha mão
Como quando me ensinou a andar
Me guiando
Protegendo
E amando
Enquanto o meu caminho eu continuo a traçar.

MÃE, EU TE AMO. FELIZ DIA DAS MÃES PRA MELHOR DO MUNDO.

domingo, 6 de maio de 2012

Adeus

Eu nunca quis casar,
Não foi ideia minha namorar,
Nem atar suas mãos uma na outra.
Não me interessava te fazer de verdade, se você nunca foi.
Nunca quis sobriedade, nem sentido.
Mas, às vezes, precisamos dar um sentido à nossa vida.
Se você pede e alguém se permite ser sua.
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Acho que eu só queria quebrar o silêncio.
Sem nenhuma razão aparente, entendível.
Vai ser sempre impossível
Se o silêncio estiver dentro de você.

Pode ser que eu esteja enganada
Que a sua escolha em calar
Tenha sido calculada
Então, acredito ser pior
Já que nesse presente
O passado não vale de nada.
Se eu larguei minha mágoa
Mesmo que pra ouvir um não
De uma pessoa que me teve na mão
E nem isso fez seu coração
Acelerar
E sua frieza, descontrolar
Comece a se preocupar.
Talvez você tenha perdido
A capacidade de amar.

Ninguém duvida
Que sua vida esteja muito melhor
Mais divertida
Já que não precisa mais se preocupar
Com uma pessoa querida
E ferida
Agora é só você, você e você.
E seus desapegos
Um tapa, um gole, qualquer beijo.
Como sempre devia ser.
Sem ninguém pra cuidar
E ninguém pra olhar
Nos seus olhos
E saber exatamente o que estava sentindo.
Mesmo que por fora,
Você estivesse mentindo.
Pra você,
Pro mundo.
Pra quem só queria te ver sorrindo.

Não me entenda mal,
Não é raiva, é inveja
Da sua indiferença fora do normal
Se um dia eu conseguir ser assim
Vou manter meu coração só pra mim
E quem sabe então,
Não mais me importar com o fim,

Nem com o começo,
Nem com ninguém.

Mas enquanto ainda machuca
Enquanto essa emoção estúpida
Aqui ainda mora,
Por favor, jogue fora
Nossas fotos,
Meus presentes,
Nossa história,
A lembrança dos carinhos,
As noites em que não estávamos verdadeiramente sozinhos.
Nossa cumplicidade.
Porque você
Vai estar sempre fadado,
Preso e acompanhado
Da sua racionalidade.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Passa, tempo

Quando uma criança quebra seu brinquedo
Mesmo que seja o seu favorito
É natural que ela não queira mais com ele brincar
Mesmo tendo sido sua culpa o ocorrido.

Eu fui sua bonequinha preferida.
Te alegrei, acompanhei,
Fui até um tanto querida
Até o dia em que cansou de brincar
E num canto da tua vida resolveu me abandonar.

O brinquedo, você nunca amou
E sua paixão não te segurou
Ao lado desse passatempo quebrado.
Há tantos novinhos no mercado...

Pra que perder tempo
Remendando algo que estragou
Se é tão mais facil seguir em frente
E esquecer que na sua vida ela passou

Larga ali ela,
Que sozinha ela se recupera
Mesmo que demore cem anos
Sua felicidade não merece essa espera

Isso, agora, é um problema só dela.

A criança se esqueceu.
Terá um novo brinquedo seu
E a boneca que, inteira, não serviu
Estragada nem tenta mais
Já que ele não teve a paciência
De continuar a amar
E reensiná-la a andar
Em vez de deixar ela pra tras.

Mas é normal que uma criança não queira brincar outra vez
Do brinquedo com o defeito que você mesmo fez.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Restou de um

Meus olhos são dois, mas três lágrimas escorrem pelo meu rosto. 
Não dá pra sentir se meu coração ainda bate.
Acredito que sim, porque dói.

O silêncio perfura os meus tímpanos e é pior que seus gritos, 
Que antes fossem de raiva. 
O seu acato ao meu "some da minha vida" é tão absoluto, 
Que se sente como a um soco no estômago.
O seu total controle quanto à vontade de ligar, 
a fazer o que sabe que vai magoar, 
a não se importar se você vai me estilhaçar, 
fazem parecer que se eu caísse da janela do nono andar
Você nem iria notar.
Seu desprezo ecoa como uma risada cruel,
como se seus planos fossem pura falta de dó. 
Mesmo que eu esteja indo pra longe e você, pra Floripa só. 

Você me disse um dia que não era aquele que ia sofrer pro mundo.
Que não ia se desesperar se perdesse qualquer mulher, nem por um segundo. 
Eu também não. 
Eu choro pela perda de mim mesma. 
Daquela mulher que eu te entreguei e você largou no chão. 
Das minhas poesias repetitivas, mas tão felizes. 
Da minha vontade de ficar e criar raízes. 
Da sensação de que dá pra completar um vazio que é de outra pessoa 
E de que um babaca, por amor, pode ser uma pessoa boa. 
Choro pelo desespero de não saber 
O que a sua enorme generosidade deixou restar de mim. 
Fim.

Des-amada, desarmada, despedaçada.
Desacreditada.
Do ontem, de hoje e, principalmente,
Do pra sempre.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Perto Distante

Eu nunca escrevi sobre ele.

Talvez, para não torná-lo real,
Já que nunca o pude ter em minhas mãos
Por inteiro, de verdade.
Já que nunca tive a chance de me perder em seus braços
De vê-lo, de olhos fechados
De agarrá-lo pela nuca e tirar seu ar, em qualquer lugar
De me entregar a ele de corpo, e talvez alma
De mostrar pro mundo o sorriso que ele me deu de presente.

Mas seus olhos...
Esses sim foram meus.
Pelo instante em que os surpreendi procurando dentro de mim
Por algo que nem sei o que é, mas que ele encontrou.
Como se toda minha vida tivesse sido ausência
Como se estivesse despida pelos seus encantos
Desarmada, pelo seu perfume.
Por aqueles olhos verdes, tão ingênuos
E que sabiam exatamente o que estavam fazendo.
Que tiraram meu rumo
E me colocaram no caminho certo.
Que enxergaram a mulher, dentro da amiga.
Que me fazem esperar
O mundo girar
E voltar, um dia,
Exatamente para o mesmo lugar
Numa hora perfeita pra gente se encontrar.
Olhos que em uma multidão eu sou capaz de achar.
E que eu ainda evito
Quando não quero ouvir meu coração disparar.

Aqueles olhos,
Que conseguiram me ler
E embaralhar todas as palavras

Mesmo sem eu nunca ter escrito.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Foi minha culpa.
A felicidade estava bem nas minhas mãos,
E como se eu não a reconhecesse mais
A deixei partir.

Tão clichê.
Recomeçar a escrever quando a tristeza volta pra casa.
Você foi, ela chegou.
Talvez esse seja o porquê. A gente escreve quando falta alguma coisa no nosso mundo.
Coisa que a gente precisa inventar, ou materializar.
No meu caso, é um mundo que falta nas minhas coisas.
Desde que eu abri as portas pra você ir embora, elas ficaram escancaradas, sem sentido no contexto da minha vida.
Vida que virou só minha e que ficou metade
Sem o seu contexto.

Tudo continua aqui. Mas a alma do tudo disse adeus. A minha alma de tudo. Você.
Que foi, mas vai ficar pra sempre.
Que mudou tudo, mesmo sem me mudar.
Que eu vou pra sempre esperar me perdoar.
Enxergo em preto e branco.
Não faz sentido o azul do céu, se meus olhos não podem mais ser teus.
Não me acolhe a felicidade, já que sei que minhas mãos arrancaram a tua.
Não descansa meu coração, enquanto tento de longe afagar as feridas que eu mesma causei no teu.

Minhas mãos eu atei, mas não às suas.
O que eu tinha de mais valioso, estraçalhei.
Agora, espero o tempo remediar aquilo que eu mesma causei
A você, que sempre foi minha poesia,
E a mim também.

Eu errei ao lidar com o nosso amor,
E então, não tenho escolha, a não ser acatar minha dor.

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Eu vou esperar desesperadamente você voltar.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um ano atrás eu estava nessa mesma poltrona.

Olhava pra você do mesmo ângulo.

O frio era igual.

A situação, a mesma.

O mesmo coração.

E tudo, diferente.

Eu te via com olhos de incerteza,

De espera,

De desejo,

De não saber quem era você

De não poder te decifrar

De desconhecer o que ia acontecer.

Meu riso era real,

E de uma angústia inexplicável

Sem saber se aquela seria a última noite de todas.

Sem saber como eu voltaria para casa.

Sem saber que o futuro nos esperava.


Hoje, sentei na mesma poltrona.

Tentei te olhar de um mesmo lugar.

Mas senti mais o mesmo frio.

O mesmo coração estava desfigurado.

Desconfigurado.

Tudo diferente.

Eu te vejo com olhos de tristeza,

Sim, de incerteza,

De que um ano se passou

De que por mim, você parou,

De desconhecer o que aconteceu.

Nesse tempo em que, talvez, eu tenha te decifrado mal.

O que vai acontecer é desconhecido,

Meu riso é irreal,

Minha angústia, inexplicável.

Sem saber como será a última noite de todas,

Sem saber mais qual é minha casa.

Sem saber que no futuro a decepção me esperava.

Eu ainda te amo.

Não sei se algum dia isso vai mudar.

É errado?

Deixar de lado orgulho, passado?

Isso eu não sei.

Só sei que eu escolho perdoar.